terça-feira, 15 de maio de 2012

COINCIDÊNCIA - PARTE FINAL


INCRIVEL COINCIDÊNCIA - PARTE FINAL

Lord V., sabia que não seria uma tarefa fácil, ter aquela cadela em seu canil. Mas a sua preocupação não era tê-la por ter. Kely era diferente, seu comportamento mostrava isso. Sempre solicita e educada para com todos, já fazia jus de pertencer ao canil de Lord V..
A trajetória de Lord V., no BDSM, foi galgada em cima da ética. Para ele a quantidade era o que menos importava. A qualidade sim, essa era fundamental: “Possuir um numero determinado de escravas, não significa que o Dom/Domme, sejam os melhores. Não, não é isso. Creio que dessa forma o SM não se rotine. São experiências novas, cada uma com suas vidas, suas praticas diferenciadas, manias, defeitos e virtudes. Uma preenchendo o vazio da outra, satisfazendo os desejos mais íntimos de seu Senhor, em toda a sua plenitude”! Comenta Lord V.
A indecisão de Kely já estava deixando Lord V., um tanto inquieto. Ele sabia que era o que ela queria, mas algo dentro dela ainda não estava totalmente resolvido. Tinha pelejas a serem disseminadas. Mas o tempo dela não era de Lord V., e isso era visível em seu olhar. Não era mais o mesmo de outrora.
Com mais de uma década de pratica, ela sabia a hora de dar um passo atrás, como já dizia o velho ditado: “Quem muito se abaixa, mostra os fundilhos”! E isso Ele de forma nenhuma queria para si.
Existem muitas formas de entrega. Existem muitas formas de receber essa entrega. Lord V., tinha uma percepção incrível, uma visão e uma audição morcegânica. Antes de se chegar a uma sub, ela a observa dia após dia. Nota seu jeito de falar, de se comportar em publico. Observa seu rol de amigos, com quem fala, com quem brinca, enfim, observa nos mínimos detalhes. Quando chega ao ponto de lhe fazer o convite para se render aos seus pés, já sabe tudo de sua futura serva.
Já para uma sub, é mais complicado. Existem duas formas de entrega. A primeira é aquela onde a sub conhece o Dom num dia e no outro se entrega de corpo e alma. Em 85% dos casos assim, não duram muito. Vejamos um exemplo: você vai a uma padaria, e na vitrine, você encontra muitos doces, entre ele um sonho, que ao seu olhar, parece estar delicioso. Você compra, paga e come. Naquele momento, você só pensa em degustar aquele sonho, mais nada. Mais ai é que está o perigo. A sua gula, não lhe permitiu saber se aquele sonho era do dia, se tinha sido feito naquele mesmo dia. Com o andar das horas ou dias, você sentirá o efeito de ter feito algo sem pensar, sem observar. Apenas comprou,
pagou e comeu. O risco foi seu... só seu. Você tinha que saber a procedência daquele sonho e não sair por ai comendo tudo que vê pela frente, só porque está com vontade.
A segunda forma de entrega é a da observação. Não é uma NEGOCIAÇÃO que vai garantir se aquela sub ou aquele Dom serão felizes, se a união entre ambos será a mais perfeita.
Tem subs como também existem Doms, que só mostram suas caras, após estarem juntos. Em muitos casos, as subs envergonhadas, acabam se silenciando e se submetem as mais terríveis torturas psicológicas e porque não dizer também, as físicas.
É assim que Lord V., via a relação Dom/sub: OBSERVAÇÃO. Esta é a palavra chave para que algo comece a dar certo. O Dom, quando a sub, precisam se observar mutualmente. Saber a origem. De onde veem, tempo de pratica, etc. Para quando houver o interesse final, ambos saibam exatamente o que querem e porque querem.
Foi exatamente isso que Lord V., estava fazendo com Kely. Mas como dizem: “A fila não pode parar”, e foi exatamente essa a decisão de Lord V. Ele gostava daquela sub, mas não estava mais disposto a esperar, por outro lado se preocupava com ela. Já tinha se apagado. Ele tinha a certeza absoluta de que ela também o queria como seu Dominador. Queria estar aos seus pés, o servir com todas as suas forças. Mas era ela que tinha q demonstrar esse desejo agora. Já não bastava a Lord V., apenas os “talvez”, os “quem sabe”. Ele queria algo real, concreto. E a partir daquele dia, Lord V., preferiu não mais tocar no assunto. Mas por outro lado não mais sabia se o seu interesse por Kely era tão real como outrora.
A tempo de plantar e de colher. Lord V., plantou na mente de kely o seu interesse em ser seu guia, seu mentor... mostrou  a ela o porque está  há tanto tempo  no BDSM sem uma mácula sequer. Lhe mostrou o seu lado humano, pois lidamos com seres humanos. Atrás de cada sub, de cada escrava (o), existe um ser humano, que deve e precisa se visto de forma integral, total.
A sua condição de Dom, não lhe dava autoridade sobre o mundo, nem sobre todas as pessoas, mas somente sobre as suas serviçais. Mulheres que o escolheram para serem dominadas, para estarem sob o seu domínio, suas ordens, aos seus pés, e mesmo assim, cada Dom precisa saber o seu limite e o limite de suas escravas. Até onde podem ir e quando devem parar.
Lord V., continua em sua caminhada. O tempo não para, o mundo gira, e, as coisas acontecem com muita rapidez ao nosso redor.
Kely continua lá... entre uma conversa e outra, continua se mantendo da mesma forma...educada, comportada. Quem sabe em algum momento da história, ela não resolve de vez se entregar a Lord V.. Basta saber se Ele ainda estará disposto a essa entrega.

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