terça-feira, 15 de maio de 2012

PROSTITUTA!


PROSTITUTA!


Quem sou eu? Não percebeu ainda quem sou eu?
Pois eu te digo... Sou aquela que você chama de puta, de piranha, de galinha... Sou aquela que faz do próprio corpo seu meio de sobrevivência. Sou aquela que se prostitui para não morrer de fome, para ter dinheiro para sustentar um filho que eu não gostaria que no futuro viesse a ser o que sou agora...
Sou uma mulher como outra qualquer, a minha única diferença foi de não ter tido uma única oportunidade de ser alguém a que seus padrões sociais julgassem “HONESTA”... Sou aquela que na hora da necessidade é procurada por todos... E sou aquela a que todos esquecem na hora que eu mais preciso.
Sou aquela que você nega estender a mão num momento de aflição e sou aquela que você paga para levar para cama para satisfazer seus desejos carnais.
A aspereza de minhas palavras serve para mostrar minha revolta por ter que fazer o que eu faço. Se tivessem me dado oportunidade que me faltava, hoje seria uma mulher como você diz, direita. Estaria casada, teria uma família, uma casa onde eu seria a rainha. Mas isso não aconteceu não me deram essa oportunidade, e hoje... Hoje sou a rainha sim, mas sou rainha das ruas, das esquinas, dos motéis... Eu Sou a rainha dos bordéis... Mas, não pense você que fui eu que quis assim, não pense que nós prostitutas vendemos nossos corpos por prazer... Não! Não é por prazer. É por necessidade, por tanta necessidade que às vezes estamos na cama com alguém, mas não estamos nem pensando na relação que estamos tendo e sim no dinheiro que vamos receber. Fazemos os cálculos. Os malditos cálculos, para saber se o dinheiro vai dar para pagar as compras do supermercado, se esse maldito dinheiro ganho pela venda de nossos corpos vai ser suficiente para comprar o leite de nossos filhos... Para dar-lhes uma boa educação, para que no futuro não venham a ser esse tipo de gente que a sociedade julga avessa a moral e aos bons costumes.
A sociedade só sabe nos julgar, mas não busca compreender que fazemos isso por necessidade. Não nos consideramos mulheres sem moral, simplesmente porque a moral está em ser responsável pelos seus atos. A moral está em fazer e assumir o que se faz.
Nós somos assim, somos prostitutas e assumimos o que somos, mas gostamos de esclarecer que somos prostitutas porque você não nos deu a chance de sermos outra coisa.
Não pense que gostamos de sair por ai servindo de objeto de satisfação sexual para qualquer homem, nem que gostamos de ouvir adjetivos como piranha, puta, galinha e outros que nos são empregados.
Eu sou tudo isso que acabei de dizer... E então? O que me diz? Porque me trouxe aqui? Quer alugar meu corpo também? Que lugar é esse?

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